Deus: Uma Realidade ou Uma Muleta Psicológica para os Fracos?
Chaitanya Charana Dasa
A necessidade psicológica de Deus nega a Sua existência? O ateísmo poderia ser uma muleta para aqueles que são fracos psicologicamente? Religiosos são fracos?
Esse é um desafio frequentemente apresentado. Dividamos o mesmo em três partes:
1. A Necessidade Psicológica de Deus Nega a Sua Existência?
Em tempos de fraqueza, medo ou perigo, muitas pessoas, inclusive pessoas descrentes, sentem a necessidade de buscar a proteção, a guia e o consolo de Deus, o que experienciam através de oração, meditação e culto. Todavia, dizer que essa necessidade de Deus prova a inexistência dEle é algo inteiramente ilógico. Nossa necessidade de água prova a inexistência de água? Nossa necessidade de alimento nega sua existência? Nossa necessidade psicológica de relacionamentos nega a existência de parentes e amigos? Com efeito, nossas necessidades profundas e essenciais são ligadas a objetos reais no mundo externo que satisfazem essas necessidades. Deste modo, a necessidade quase universal de Deus – que é sentida por algumas pessoas em alguns momentos e, por outras, ao longo de toda a vida – poderia ser apresentada como um argumento que prova a existência de uma pessoa real, Deus, que satisfaz essa necessidade.
2. O Ateísmo Poderia Ser uma Muleta para Aqueles que São Fracos Psicologicamente?
O argumento da muleta psicológica é uma faca de dois gumes. Poder-se-ia argumentar que os ateístas precisam de uma muleta psicológica para manterem suas fés de que:
a. Nada é de fato bom ou ruim moralmente, em virtude do que, em princípio, posso fazer o que quer que eu queira, quando quer que eu queira e a quem quer que eu deseje, e ninguém tem o direito de me deter ou me punir pelo meu comportamento.
b. Visto que nada é moralmente bom ou ruim, não existe razão para eu me sentir culpado quanto a algo que eu pense, sinta ou faça.
c. Não existe nada, ao menos em princípio, que não possa ser submetido ao meu controle e ao controle daqueles que eu favoreço.
d. Ninguém está na posição de ser minha autoridade, ninguém pode se dizer melhor do que eu, ninguém pode se dizer em uma posição maior ou mais importante do que a minha, motivo pelo qual ninguém tem o direito de me instruir ou de me dar ordens em relação a o que fazer ou em relação a o que não fazer.
3. Religiosos São Fracos?
Em seu livro Is Religion Dangerous? Keith Ward menciona diversos estudos científicos sobre a relação entre religião e felicidade, saúde mental e altruísmo. Esses estudos demonstram que pessoas religiosas não são nem fracas nem doentes mentais. Ao contrário, é frequente que pessoas religiosas sejam mais fortes psicologicamente do que pessoas não-religiosas, e também tendem a ser mais felizes, mais saudáveis, viverem mais e serem mais altruístas. Costumam sofrer menos de hipertensão, depressão e delinquência criminal. Jovens religiosos tendem a níveis mais baixos de abuso de drogas e álcool, delinquência criminal e tentativas de suicídio. Assim, não existe base científica para defender a alegação ateísta de que pessoas são religiosas porque são fracas psicologicamente ou que a religião faz delas fracas. Com efeito, as evidências apontam em uma direção fortemente oposta, como confirmado por Dr. Patryck Glynn, da Universidade George Washington, em seu livro Deus: A Evidência: “É difícil encontrar algo mais consistentemente correlato à saúde mental, ou uma melhor garantia contra condutas autodestrutivas, do que uma fé religiosa forte”.
Destarte, a fé em Deus é um meio muito real, prático e cientificamente verificado para que pessoas fracas se tornem fortes e para que pessoas fortes fiquem mais fortes.
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Item 1: placebo
Claramente um argumento falacioso quanto ao item 2: a falácia ao ônus da prova (prove que estou errado).
17 de janeiro de 2019 às 8:58 AM