Seus Filhos e o Guru de Um Olho Só
Urmila Devi Dasi
Quando nosso filho mais velho, Madhava, era pequeno, brincava com blocos e argila. Nunca tivemos tevê ou vídeo-game, então ele se divertia com seus brinquedos imitando o que ele via na adoração a Krishna, canto de Seus nomes, cerimônias de iniciação, banho da Deidade. Hoje, tendo crescido sem televisão, transformou sua brincadeira de infância em serviço adulto ao Senhor.
No Srimad-Bhagavatam (2.3.15), Prabhupada descreve o benefício de crescer em uma família de devotos: “Pela graça do Senhor Sri Krishna, tivemos a chance de nascer em uma família vaishnava, e, em nossa infância, imitávamos a adoração ao Senhor Krishna imitando nosso pai. Nosso pai nos encorajou sob todos os aspectos a participarmos de todos os festivais, como Ratha-yatra e Dola-yatra, e ele costumava gastar dinheiro liberalmente para distribuir prasada para nós seus filhos e para nossos amigos. Nosso mestre espiritual, que também nasceu em uma família vaishnava, obteve completa inspiração de seu grande pai vaishnava, Thakura Bhaktivinoda. Esse é o caminho de todas as afortunadas famílias vaishnavas. A famosa Mira Bai foi uma leal devota do Senhor Krishna como o grande erguedor da colina Govardhana. A história de vida de muitos de tais devotos é quase a mesma porque há sempre simetria entre o começo da vida de todos os grandes devotos do Senhor. De acordo com Jiva Gosvami, Maharaja Parikshit certamente ouviu sobre os passatempos infantis do Senhor Krishna em Vrindavana, pois ele costumava imitar os passatempos com seus jovens companheiros de recreação. De acordo com Sridhara Svami, Maharaja Parikshit costumava imitar a adoração da Deidade da família conduzida pelos membros mais velhos”.
Tornamo-nos Aquilo que Vemos e Aquilo em que Pensamos
Maharaja Parikshit ouviu os passatempos de Krishna e os imitou. Nossos filhos veem a adoração a Krishna e imitam isso. Essas atividades transformam a consciência de material para espiritual. Crianças devem ver Krishna e ouvir sobre Ele, porque elas se tornarão o que veem, ouvem e pensam. Krishna explica isso no Bhagavad-gita (8.6): “Qualquer estado de consciência de que alguém se lembre quando deixe seu corpo, ó filho de Kunti, esse estado ele obterá impreterivelmente”. Prabhupada comenta: “Quem, ao fim de sua vida, deixe seu corpo pensamento em Krishna obtém a natureza transcendental do Senhor Supremo, mas não é verdade que uma pessoa que pensa em algo diferente de Krishna obtenha o mesmo estado transcendental. Isso é um ponto que devemos considerar com muita atenção… Maharaja Bharata, embora uma grande personalidade, pensou em um veado no final de sua vida, em consequência do que, em sua vida seguinte, foi transferido ao corpo de um veado… É claro que os pensamento que a pessoa tem durante o curso da vida se acumulam para influenciar seus pensamentos à hora da morte. Esta vida, portanto, cria a próxima vida”.
As ideias, sons e imagens da televisão não são de Krishna. Em Quatro Argumentos para a Eliminação da Televisão, Jerry Mander escreve: “Quando você está vendo tevê, você abriu sua mente, e os devaneios de alguém entraram. Sua mente é a tela para as imagens de micro-ondas deles. Uma vez que as imagens deles estejam dentro de você, são impressas em sua memória e se tornam suas. E é certo que as imagens ficam em você permanentemente. Por favor, traga à mente a apresentadora infantil de sua época, os personagens de desenho animado e semelhantes. Você foi capaz de fazer uma imagem mental deles em sua cabeça? Agora você conseguiria apagar essas pessoas televisivas de sua mente? Faça-os irem embora. Apague a Xuxa ou o Pateta… Uma vez que a televisão tenha colocado uma imagem dentro de sua cabeça, isso é seu para sempre”.
Assim como crianças absortas em imagens espirituais imitam-nas, crianças absortas em imagens televisivas imitam essas imagens. Mander escreve: “As brincadeiras das crianças são fortemente baseadas em suas experiências. Se vivem no campo, suas brincadeiras envolverão animais. Se vão ao cinema, suas brincadeiras refletirão isso. Se assistem televisão, você pode ver isso nas brincadeiras delas. Em todos os casos, os personagens e criaturas que estão atuando se baseiam nas imagens deles que carregam em suas mentes”.
Temos que nos perguntar se queremos que nossos filhos se tornem como um personagem de televisão ou como Krishna. Queremos que alcancem o mundo espiritual após a morte, ou que obtenham um corpo material de acordo com seus pensamentos influenciados pela televisão?
Na Companhia da Paixão e da Ignorância
Citando a escritura védica Hari-bhakti-sudhodaya, Srila Prabhupada escreve: “Companhia é algo muito importante. É similar a um cristal, que refletirá qualquer coisa que seja colocado à sua frente”. E comentando sobre a importância de boas companhias para quem deseja obter amor extático por Krishna, Prabhupada escreve: “É essencial, portanto, que a pessoa se associe constantemente com devotos puros que estão ocupados de dia e de noite a cantar o mantra Hare Krishna. Deste modo, o sujeito terá a chance de purificar seu coração e desenvolver esse amor puro e extático por Krishna”. Ele também escreve que a pessoa deve evitar estritamente a companhia de pessoas desinteressadas da consciência de Krishna. Infelizmente, a televisão não propicia a companhia de pessoas santas, mas de pessoas na escuridão da paixão e da ignorância. Em The Big Book of Home Learning, a autora Mary Pride escreve que a tevê pode manter os filhos fora das ruas, mas “também traz as ruas para nossa sala de estar”. Dos três aos dezessete anos, uma pessoa vê na tevê uma média de dezoito mil atos de violência. De acordo com Jim Trelease, autor de Read-Aloud Handbook, você teria de ver todas as trinta e sete peças de Shakespeare para ver tantos atos de violência humana (cinquenta e quatro) quanto você veria assistindo a apenas três noites de televisão no horário nobre.
Prabhupada falou sobre essa violência em Los Angeles, em 26 de junho de 1975, na seguinte conversa: Prabhupada: Cães e televisão e uísque e cigarros. Isso é tudo. [risos] Não é? […] Na Índia, essas coisas de cães e televisão estão entrando. Cigarros e vinhos já entraram. Discípulo: Essa é a degradação. Prabhupada: Ah, sim. Discípulo: Tanto sexo em tudo o que você vê. Prabhupada: E não apenas essas cenas horríveis. Discípulo: Sim. Prabhupada: Assassinatos e coisas do tipo.
As crianças são afetadas por essa violência. Marie Winn escreve em The Plug-in Drug: “Não há dúvidas de que as crianças envolvidas em crimes graves hoje não são normais. Suas histórias revelam sem excessão um passo de pobreza, degradação, negliência, fracasso escolar, frustração e muita exposição à tevê. Contudo, embora a pobreza e a patologia familiar não tivessem aparecido pela primeira vez na sociedade americana nas décadas entre 1952 e 1972, aparecia sim uma nova e ameaçadora classe de transgressores juvenis. ‘É como se a nossa sociedade houvesse formado uma descendência genética’, escreve um articulista no The New York Times, ‘os jovens assassinos que não sentem qualquer remorso e são parcamente conscientes de seus atos’. O problema não é que aprendam como serem violentos assistindo violência na tevê (embora talvez aprendam algumas vezes), mas que a televisão os condiciona a lidarem com as pessoas de verdade como se elas estivessem em uma tela de televisão”.
A maior violência da televisão vai além de dessensibilizar as crianças em relação à crueldade. Essa maior violência também vai além da violência que a tevê frequentemente incita nos telespectadores, independente do conteúdo do programa. A maior violência que a televisão comete é encorajar uma vida materialista e sensual de aquisição e consumo. Companhias gastam milhões ou bilhões de dólares por propagandas televisivas porque elas são efetivas. As propagandas não apenas são efetivas em produzir uma mentalidade materialista nos telespectadores, senão que os próprios programas têm que ter apelo aos anunciantes. De outro modo, a rede de comunicação ou estação local não pode pagar os custos da produção do programa. A maior parte da programação, portanto, é feita para atrair e produzir o tipo de sujeito que será influenciado pelas propagandas. Essa é a verdadeira violência. Como Prabhupada escreve, “treinar precocemente o garoto inocente para ser um gratificador dos sentidos quando a criança, na verdade, é feliz em qualquer circunstância é a maior violência”.
Portanto, em O Néctar da Instrução, Prabhupada escreve que pessoas inteligentes interessadas na consciência de Krishna jamais devem participar de atividades como ver televisão.
Televisão como Intoxicação
Já é ruim o bastante que o conteúdo da maior parte dos programas televisivos estejam firmemente em paixão e ignorância, enchendo a consciência de nossos filhos com imagens e desejos nesses modos inferiores da natureza. Contudo, há também ampla evidência de que o ato em si de ver televisão é um tipo de intoxicação, firmemente no modo da ignorância. “A tevê é uma droga”, escreveu Eleanor Randolph em um artigo em The Detroit Free Press. “Como em outros vícios, como fumar e beber, a televisão pode ser algo que, em nossa sociedade, propicia um sentimento agradável por um momento porém apenas piora as coisas. Se alguém liga o televisor para se aliviar da solidão, ele se sentirá ainda mais sozinho quando desligue”.
Telespectadores podem até mesmo sofrer de distúrbios motores e visuais similares àqueles experienciados por usuários de drogas.
Em “Crack and the Box”, um artigo em Esquire Magazine, Pete Hamill escreveu que “a televisão, assim como as drogas, domina a vida de seus dependentes. Um terço de um grupo de crianças de quatro e cinco anos disseram preferir abandonar seus papais do que a televisão. Dada uma escolha similar (entre cocaína ou heroína e o pai, a mãe, o irmão, a irmã, a esposa, o esposo, os filhos, o emprego), quase todo dependente químico faria a mesma escolha”.
Em um artigo em The Detroit News, Anne Roark escreveu: “A televisão é, de todas as atividades de lazer, aquela mais capaz de deixar as pessoas passivas, tensas e sem poder de concentração. Quanto mais as pessoas assistam à televisão, menos são capazes de se concentrar. Tornam-se cada vez mais letárgicas e enfadadas. Conforme o tempo passa, tornam-se cada vez mais tristes, solitárias, irritáveis e hostis. Embora seja verdade que as pessoas ficam relaxadas enquanto o aparelho de tevê está ligado, elas, uma vez desligado o aparelho, ficam ainda menos relaxadas do que antes de começarem a assistir”.
Além disso, o conteúdo e a natureza dos programas e comerciais podem predispor as crianças e os jovens a tomarem refúgio na intoxicação química para solução dos problemas da vida. Afinal, a tevê treina seus expectadores a mudarem seu humor apertando um botão. Em Read-Aloud Handbook, Jim Trelease comenta: “Está implícito em todos os comerciais televisivos que não existem problemas que não possam ser solucionados por simples meios artificiais. Quer o problema seja ansiedade ou uma diarreia comum, tensão nervosa ou frio, um simples comprimido ou spray soluciona o problema. Em vez de refletirmos sobre os nossos problemas, a televisão promove o caminho fácil. O efeito acumulativo de semelhante pensamento é enorme quando pensamos que, do um ano aos dezessete, a pessoa é exposta a 350.000 comerciais promovendo soluções simples para os problemas”.
Srila Prabhupada uma vez disse sucintamente: “Se não formos hipnotizados por Krishna, teremos de ser hipnotizados por essa televisão”.
Em seu livro A Fantástica Fábrica de Chocolate, Roald Dahl escreve:
Em todas as casas que visitamos
Foi assim que as crianças encontramos:
Absortas, adormecidas, idiotizadas,
Olhando para o écran, hipnotizadas.
Os olhos quase caem das órbitas,
Tão esbugalhados que estão
(Até já vimos uma dúzia pelo chão
Em casa de um senhor alemão.)
Para ali ficam sentados
A ver desenhos animados
Ou outras coisas bem piores até
Socos, tiros, barulho e pontapé
Tevê Educativa?
Programas de televisão e vídeos podem algumas vezes ser um valioso suplemento para um programa educacional. A partir de um estudo demorado sobre os efeitos da tevê e muitos anos de experiência usando vídeos em sala de aula, concluí que a tevê e o vídeo podem ter seu espaço quando usados com grande cuidado. Em geral, se as crianças já estudaram um assunto mediante leituras, escrita e discussões sobre o mesmo, um vídeo pode suplementar e aprimorar sua educação de maneiras que são difíceis de serem reproduzidas. Mas meramente assistir a um vídeo “educativo” sobre, por exemplo, o deserto no sul da Califórnia tem pouco ou nenhum valor. E muito tempo gasto assistindo a qualquer forma de programação é tempo perdido se considerarmos que as crianças poderiam estar se dedicando à forma como melhor aprendem: vendo, ouvindo e praticando. Quase todo estudo a que tive acesso sobre a relação entre a televisão e as crianças enfatiza que a televisão é mais propícia a prejudicar do que educar crianças novas. Uma boa diretriz é que uma criança abaixo de cinco anos não deve ver mais do que uma ou duas horas semenais de programação educativa.
Na verdade, estudos comprovam que programas projetados para educar crianças pequenas têm o efeito contrário. Em Sesame Street Revisited, um integrante da Russell Sage Foundation nova-iorquina escreve: “O programa americano ‘Vila Sésamo’ foi especialmente desenvolvido para ajudar crianças da pré-escola com formação mais carente a alcançarem o nível cognitivo e verbal daqueles de formação mais privilegiada. Uma pesquisa sugere que ‘Vila Sésamo’ ampliou a distância, e que aqueles que assistiram menos mostraram mais ganho do que aqueles que assistiram muito”.
Marie Winn escreve em The Plug-in Drug: “Crianças pobres não alcançaram seus colegas de melhor formação, tampouco fizeram algum progresso significativo de alguma natureza, apesar de terem assistido ‘Vila Sésamo’ fielmente ano após ano. As escolas não tiveram de reajustar seu currículo de primeira série para acomodar uma nova classe de sábias crianças bem preparadas pela Vila Sésamo com níveis superiores de maturidade linguística. Suas habilidades linguísticas não demonstram nenhum ganho significativo ou permanente conforme progridem pelas séries”.
Minha experiência pessoal como professora endossa isso. Sempre fui capaz de dizer quais crianças assistiram muita televisão dita educativa. A resposta delas a ensinamentos é mais precária, têm menor tempo de atenção, são menos interessadas em aprender a ler e têm dificuldade em se ajustarem a qualquer aprendizagem disciplinada.
É muito melhor preparar uma criança para a escola lendo para ela e deixando-a ver você ler. “Comparado à escrita, a televisão é mais passiva”, diz Jim Trelease em Read-Aloud Handbook. “Na leitura, os educadores apontam, a criança tem que usar ativamente uma variedade de habilidades envolvendo sons, regras de combinação de vogais e consoantes, associações bem como construção de imagens mentais da cena descrita no livro. A televisão não exige semelhante atividade mental”.
Vídeos podem ser usados para educação espiritual? Temos uma grande e crescente coleção de vídeos conscientes de Krishna para as nossas crianças. Contudo, mesmo esses devem ser usados apenas raramente, sobretudo quando as crianças são muito pequenas. Prabhupada queria que nossas crianças pequenas brincassem de jogos sobre Krishna, correndo e pulando em espaços abertos. Conforme amadurecem, nossas crianças devem dedicar a maior parte de seu tempo cantando Hare Krishna, indo à escola ou fazendo algum serviço prático. Certamente o entretenimento centrado em Krishna e em Suas encarnações era um importante aspecto da vida védica. Porém, a criança comum hoje assiste seis ou sete horas de televisão diariamente. Existe na história alguma sociedade que entretivesse suas crianças por sete horas todos os dias?
Controle dos Pais: Ineficaz
Em The Big Book of Home Learning, Mary Pride escreve: “Você realmente quer saber como é possível que algumas mães que têm sete filhos possam encontrar tempo para escrever livros ou fazer colchas de patchwork ou coordenar uma pensão de estudantes enquanto outras mães que têm um filho não conseguem nem mesmo arrumar a cama? Aquelas que assistem tevê mais (mais do que quinze minutos por dia) não conseguem”.
Um artigo em The New York Times Magazine (Feb. 2, 1975) falou sobre esses pais: “Há um remédio de efeito imediato disponível que parece não ter sido cogitado por eles: desliguem o aparelho”.
O caso é que não podemos nos desfazer de nossa tevê ou nós não queremos? Podemos impedir nossos filhos de correrem pela rua ou de brincarem com facas na cozinha; por que, então, não podemos impedi-los de verem tevê? Somos tão apegados ao televisor como babá que não nos preocupamos com seus efeitos materiais e espirituais sobre nossas crianças? O Srimad-Bhagavatam declara que ninguém deve se tornar pai ou mãe a menos que possa libertar seus filhos do mundo material. O preço de uma vida sem televisão parece um preço pequeno a se pagar.
Mais conselhos de A Fantástica Fábrica de Chocolate:
E quanto a crianças
Parece-nos já saber a lição:
NUNCA, nunca as deixar perto da televisão.
De resto, até achamos aconselhável
Suprimir esse traste abominável.
Crianças sem Televisão?
Em 1987, muitos pais em um de nossos centros da ISKCON na Inglaterra se reuniram para discutir o problema da televisão. Madhavi Devi Dasi contou como, quando seus filhos eram muito novos, estavam satisfeitos com uma pequena variedade de vídeos conscientes de Krishna. Conforme o tempo passava, começaram a querer mais e mais variedade. Gradualmente, tudo saiu de controle e ela deixou que eles preenchessem suas demandas com programas materialistas. Em desespero, ela se livrou da tevê, apreensiva de como as crianças reagiriam. Para a surpresa dela, as crianças pareceram nunca ter sentido falta do aparelho e raramente perguntavam por ele.
Crianças podem brincar, podem ler, podem fazer jardinagem, podem aprender habilidades úteis, podem adorar a Deidade da casa.
Por favor, rogamos em oração,
Joguem fora a vossa televisão.
Tirando-a podem instalar
Uma estante de livros no lugar
À proporção que as crianças desenvolvam um gosto superior pelas ocupações conscientes de Krishna, não terão interesse em assistir a filmes mundanos ou outros programas televisivos de igual natureza. Queremos que cheguem ao padrão que Srila Prabhupada estabeleceu em sua vida pessoal, como ele relata na seguinte história:
“Houve um incidente em minha vida. Naquele tempo, é claro, eu era chefe de família. Então, um amigo estava indo ao cinema com sua família e eu o vi. Eu estava na rua, e ele parou seu carro e me chamou: ‘Venha. Estamos indo ao cinema’. Então, eu recusei: ‘Mesmo se você me der mil dólares, não irei ao cinema’. Ele, então, me puxou. Ele me levou até a porta do cinema, mas eu nunca entrei. Eu voltei. Veem? Porque aquilo era detestável”.
Em outra ocasião, Prabhupada disse: “O sinal de um devoto é que o devoto não tem mais interesse em diversão material. Estes jovens rapazes e moças não vão ao cinema. Por quê? Porque não querem! Eles não querem essa felicidade material. Esse é o teste. Quando a pessoa se torna avessa ao desfrute material, você saberá, ou ele saberá pessoalmente, o quanto ele avançou na vida espiritual”.
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Referências
É bem arriscado tentar excluir a criança das relações sociais e com o mundo a sua volta, inclusive, as programações televisivas, cinemas, teatros etc. Pois, tendo pais conscientes e resolvidos em sua devoção e religiosidade, sem duvidas, serão seus filhos. Mas, se são negligentes, não adianta isolar sua cria -eles saberão identificar sua ineficiência, e cobrarão no futuro. Não nego que é bem possivel um disvirtuamento por parte da TV. Nuentanto, isto é certo, quanto a pais inseguros e imaturos, nas suas ideias e convicções. Não dá para negar a conjuntura em que o mundo se encontra, tanto política, econômico, racial, ecológico -aquecimento global etc, dentre outros temas pertinentes e cruciais, para o desenvolvimento robusto (em conhecimentos gerais), do futuro cidadão vaisnava que também é um brasileiro conscientes de suas realidades, tanto divinas quanto humanas. Os pais podem isolar seus filhos em complexos fechados, em nome da educação devocional. Mas, será que de fato estão educando ou alienando do resto do mundo? Precisamos perenpitoriamente, mudar o paradigma de que o mundo não serve e que a vida humana é maya. E que não somos o corpo e que devemos apenas viver como se estivessemos na idade vaisnava medieval. A verdadeira pregação, deve amalgamar-se ao tempo, lugar, circunstâncias e ser coerente com o seu entorno e possibilidades. Sem essa integridade com o meio, qualquer pregação “espiritual”, pode está fadada ao fraço por ser obsoleta. Hare krsna…
16 de janeiro de 2017 às 3:56 PM