Yoga Significa Cooperação
Ravindra Svarupa Dasa
Salvação, para um vaishnava gaudiya, significa socializar-se com a sociedade mais elevada – sendo aceito, por exemplo, na companhia dos Seis Gosvamis ou no círculo de gopis que servem Rati-manjari ou Lalita-sakhi. Condenação é o oposto: isolação e exclusão.
A palavra cooperação, de origem latina, significa simplesmente “operar junto”, mas, nos ensinamentos de Prabhupāda, o termo carrega profundo sentido espiritual. Em uma palestra (Seattle, 1968), Śrīla Prabhupāda transmitiu esse significado com sua simplicidade característica: “Quando você faz algo em cooperação com o Senhor, isso se chama bhakti”. Essa cooperação com Kṛṣṇa, Prabhupāda enfatiza, é essencialmente voluntária:
Nós somos pessoas, e Kṛṣṇa é uma pessoa, e nossa relação com Kṛṣṇa é sempre aberta como um acordo voluntário. Esta atitude voluntária – “Sim, Kṛṣṇa, cooperarei alegremente com o que quer que digas” – essa pronta disposição a obedecer só é possível se há amor. Forçar não me fará concordar. Mas se existe amor – ah! – farei com alegria. Isso é bhakti. Isso é a consciência de Kṛṣṇa.
Cooperação é o princípio vital de todo relacionamento social saudável, e logra sua aplicação mais elevada na divindade. O Senhor é supremamente pessoal. Portanto, Ele é supremamente social, pois a personalidade se torna manifesta apenas em relações com outras pessoas. Por essa razão, como Prabhupāda disse muitas vezes, “Kṛṣṇa jamais está sozinho”. Em uma ocasião, ele apontou: “Quando falamos de Kṛṣṇa, ‘Kṛṣṇa’ significa ‘Kṛṣṇa com Seus devotos’”. (VB: Palestra, Los Angeles, 10 de janeiro de 1969). Os devotos do Senhor até mesmo se tornam partes integrantes de Sua própria identidade. Os próprios nomes de Kṛṣṇa frequentemente ilustram esse fato ao incluírem nomes de Seus devotos íntimos: Yaśodānandana, Rāmānuja, Rādhāramaṇa e assim por diante. Deste modo, o supremamente absoluto é, ao mesmo tempo, supremamente relativo – entrando em relacionamentos com toda variedade de devotos individuais. Como resultado, todas essas diversidades se tornam crescentemente integradas a uma união mais perfeita. Assim, uma relatividade transcendente é manifesta como uma sociedade da suprema cooperação harmônica, e, através da conduta desses relacionamentos com o Senhor – e Seus associados –, cresce eternamente em beleza, opulência, bem-aventurança e sabedoria.
Somos sempre convidadas a retornar ao convívio da sociedade mais elevada.
Salvação, para um vaiṣṇava gauḍīya, significa socializar-se com a sociedade mais elevada – sendo aceito, por exemplo, na companhia dos Seis Gosvāmīs ou no círculo de gopīs que servem Rati-mañjarī ou Lalitā-sakhī. Condenação é o oposto: isolação e exclusão. Nós entidades vivas autoalienadas e não-cooperativas – vivendo aqui em exílio, isoladas em confinamento solitário pelas paredes impérvias do nosso egoísmo – somos sempre convidadas a retornar, como membros completamente integrados dessa sociedade transcendente. E bhakti-yoga é a prática pela qual nos tornamos aptos a nos religarmos a essa sociedade. Através de bhakti, tornamo-nos cada vez mais integrados à sociedade divina, mais próximos de Kṛṣṇa e mais próximos de Seus associados, e ainda, ao mesmo tempo, tentamos levar outros conosco. “E esse é o yoga mais elevado”, Śrīla Prabhupāda disse em 1968 em San Francisco.
Se você promover este movimento da consciência de Kṛṣṇa, você estará realizando o tipo mais elevado de yoga. Não seja desviado por ditos ‘yogas’. Isto é yoga. Yoga significa cooperação, cooperação com o Supremo.
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Obrigado por sua bondade em compartilhar um conhecimento tão grandioso! Todas as glórias! Srila Prabhupada ki jay!!! Hare Krishna!
8 de maio de 2015 às 9:21 PM
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