Xeque-Mate: A Vitória da ISKCON na Rússia
Satyaraja Dasa
Em um confronto completamente desequilibrado, alguns poucos devotos de Krishna enfrentam um governo totalitário em busca de liberdade religiosa.
ARTIGO DE 2008 — O sol se pusera há pouco em 11 de julho de 1972. Amantes do xadrez enchiam um estádio em Reykjavik, Islândia, enquanto milhões acompanhavam pela TV ou por rádio. O jogo acontecia sob o rótulo de “A Partida do Século”. Bobby Fischer desafiava o russo Boris Spassky pelo seu título de campeão mundial, plenamente ciente de que sua emergente vitória teria implicações na Guerra Fria mundial.
Apenas um ano atrás, Srila Prabhupada vinha planejando uma estratégia para levar Deus à Rússia soviética ateísta. Se pensássemos na resolução de Prabhupada como uma partida de xadrez, seria como se ele tivesse poucas peças em jogo, enquanto os soviéticos dispunham ainda de cavalos, torres e bispos e dominavam as casas estratégicas do tabuleiro. Mas mesmo um único peão ou bispo, se apoiado por um poderoso casal real, pode algumas vezes derrotar um brilhante estrategista e colocar abaixo as muralhas de seu castelo; e é assim que a vitória de Prabhupada eclipsa a partida ordinária de xadrez do Campeonato Mundial de 1972.
Srila Prabhupada primeiramente tentou entrar na União Soviética como um representante oficial da Índia, escrevendo uma carta ao Ministro da Cultura com suas intenções. Mas lhe foi negado ingresso no país sem nenhuma explicação. Finalmente, após diversas tentativas, foi-lhe dado um visto de turista que lhe garantia uma breve estadia, ainda que não o autorizasse a palestrar na Universidade de Moscou – uma das razões para Prabhupada desejar ir à Rússia.
Não obstante, os cinco dias que Prabhupada esteve em solo russo dispuseram a seu favor a oportunidade de se posicionar apropriadamente para o derradeiro xeque-mate que seu movimento daria posteriormente na União Soviética. Sua estratégia inicial foi colocada em prática quando, através de seu discípulo e secretário Shyamasundara Dasa, ele se encontrou com um jovem e sincero indagador russo – Anatoly Pinyayev – que logo se tornaria Ananta Shanti Dasa, seu destemido e solitário seguidor soviético. Outra jogada adiante foi a conversa de Prabhupada com o professor universitário G. G. Kotovsky, o então coordenador do Departamento de Estudos Indianos e Sul-Asiáticos da Academia Científica da União Soviética. Prabhupada deixou uma impressão distinta em Kotovsky, que publicou a conversa entre eles em um importante periódico russo, o Otkrytyi Forum, sob o nome de “Vaishnavismo”. Mas foi Ananta Shanti quem tornou seu coração aberto para a residência da mensagem de Prabhupada, e passou a distribuir sozinho e com grande entusiasmo o que havia aprendido para centenas de soviéticos, muitos dos quais se tornaram devotos de Krishna.
Após se encontrar com o entusiasmado e jovem russo, Prabhupada comentou: “Assim como você pode dizer se o arroz está devidamente cozido pegando apenas um pequeno grão, você também pode conhecer toda uma nação observando um de seus jovens.”
Posteriormente, em 1977 e 1979, a The Bhaktivedanta Book Trust recebeu um convite da prestigiosa Feira Internacional do Livro de Moscou, levando pela primeira vez os livros de Prabhupada ao conhecimento dos moscovitas. O New York Times (31 de julho de 1983) grifou a importância do acontecimento: “[A feira] fez crescer a curiosidade dos russos, os livros se alastraram e os Hare Krishnas conseguiram sua entrada na Rússia.”
Porém, em 1980, sob o governo de Brezhnev, muitos devotos foram atirados na prisão, iniciando uma relação tensa e muitas vezes traumática entre a ISKCON e a União Soviética.
Em meados dos anos 80, Yuri Andropov assumiu o poder e intensificou a campanha já em vigor na época em prol do banimento do Movimento Hare Krishna. Ele via os devotos como que representando todas as ideias religiosas, e estava determinado a acabar definitivamente com eles. Em virtude do entusiasmo contagiante de Ananta Shanti e os impressionantes resultados da Feira do Livro, Semyon Tsvigun, o vice-capitão da KGB, sob a ordem de Andropov, disse que as três principais ameaças à União Soviética eram “a música pop, a cultura ocidental e o movimento Hare Krishna”.
Tais pronunciamentos, e os sentimentos que os nutriam, tiveram por consequência uma intensa opressão contra os devotos de Krishnas.
A ISKCON se Movimenta pelo Tabuleiro
Assim, com a ISKCON declarada como uma das grandes ameaças à nação soviética, a batalha em curso teve seguimento. Mas não era algo como Fischer versus Spassky – dois adversários nivelados e em duelo um a um. Essa guerra se deu com um estado totalitário contra um número relativamente pequeno de devotos de Krishna. Consequentemente, dúzias de soviéticos recém-adeptos da ISKCON foram conduzidos a prisões, campos de trabalho e hospitais psiquiátricos, sofrendo cruéis maus-tratos nas mãos de políticos e policiais adoradores do Estado. Muitos devotos foram torturados e mortos nas prisões, sem, no entanto, abandonarem o que acreditavam.
Harikesha Swami, o então líder administrativo da ISKCON União Soviética, não ficaria parado diante de tais horrores. Como força propulsora para uma reforma, ele tornou a tragédia uma preocupação mundial. Kirtiraja vinha atuando como secretário regional da ISKCON União Soviética desde 1979. Ele deu início a uma campanha internacional de divulgação e de manifestações de maneira a pressionar as autoridades soviéticas a libertarem os devotos aprisionados e a interromperem a perseguição ao Movimento Hare Krishna. Para dar seguimento a essa iniciativa, ele fundou o Comitê para a Liberação dos Hare Krishnas Soviéticos. Vozes de apoio se ouviram na reunião de cúpula Reagan-Gorbachev, em Reykjavik, nas Nações Unidas, e em jornais internacionais. No encontro de novembro de 1986, em Viena, da Comissão de Segurança e Cooperação Europeia, a organização internacional que monitora o cumprimento dos direitos humanos da Declaração de Helsinki, membros do movimento Hare Krishna novamente chamaram atenção para a condição crítica dos devotos soviéticos aprisionados.
Crianças Hare Krishnas participam de manifestação com camisas escritas “libertem os Hare Krishnas soviéticos”.
A situação atingiu seu cume posteriormente naquele ano quando Sri Prahlada Dasa, então um devoto pré-adolescente de uma escola australiana da ISKCON, juntou-se aos esforços de Kirtiraja. Ele e os Krishna Kids gravaram um álbum com o selo internacional da EMI, uma das maiores gravadoras do mundo. O álbum incluía a música Free the Soviet Krishnas, um apelo a Gorbachev que também foi lançado como um single. Prahlada frequentemente ia a programas de TV e rádio para promover o álbum e compartilhar sua ansiedade quanto à condição dos devotos na Rússia. Por fim, os devotos foram libertos, criando um novo começo para o tema religião na antiga União Soviética.
Peões, Gambitos e Meias-Vitórias
Em um belo dia primaveril de 1988, o Conselho de Assuntos Religiosos registrou oficialmente a Sociedade Moscovita para a Consciência de Krishna, dando fim, ou assim parecia, à longa animosidade entre os devotos e o Estado. (Era a primeira sociedade religiosa registrada na União Soviética desde a Segunda Guerra Mundial). Agora os devotos podiam cantar em público e praticar livremente todos os aspectos de sua religião. Naquele mesmo ano, mais de 1600 novas comunidades religiosas, a maior parte delas russas ortodoxas, foram registradas.
Uma mudança estava claramente acontecendo, e muitos especialistas atribuíram a mudança, em grande parte, aos devotos de Krishna. Apenas dois anos depois, respondendo a uma solicitação da ISKCON, as autoridades moscovitas cederam um deteriorado sobrado de dois andares para ser usado como templo. Depois de reformarem a propriedade, os devotos abriram o primeiro templo da ISKCON da história da Rússia e do bloco soviético, um templo também frequentado por um extenso número de hinduístas.
Então, em 1991, a ISKCON solicitou um terreno em que pudesse construir um autêntico templo védico em Moscou – um projeto gigantesco. Surpreendentemente, a solicitação foi aprovada, e os devotos começaram a procurar por um terreno adequado. Parecia que o governo estava disposto a dar aos devotos russos tudo o que quisessem.
Mas isso não durou. As autoridades russas logo sucumbiram aos mesmos preconceitos religiosos que ostentavam no passado. O Conselho de Bispos da Igreja Ortodoxa Russa fez uma declaração oficial chamando os ensinamentos da Bhagavad-gita de “produto de uma falsa religião”, e trataram todas as demais religiões como uma ameaça à unidade de consciência nacional e identidade cultural da Rússia.
Em 1997, um projeto de lei foi aprovado pelo Duma [a assembleia legislativa da Rússia] reconhecendo a Igreja Ortodoxa Russa como a única religião preeminente da Federação Russa, com um adendo reconhecendo apenas outras três fés “tradicionais” ali: o judaísmo, o islamismo e o budismo. Outras religiões não teriam o mesmo status legal ou qualquer apoio em seus trabalhos missionários.
Mas os devotos, mais uma vez, não se deixariam intimidar. O templo da ISKCON havia se tornado o único local de adoração para mais de dez mil indianos. Ao longo dos anos 90, a consciência de Krishna na Rússia começou a prosperar, resultando em 97 comunidades registradas, 22 monastérios e 250 grupos domésticos.
Com o alvorecer do novo milênio, o primeiro-ministro da Índia, A. B. Vajpayee, inteirou-se do trabalho da ISKCON. A despeito da gentil aprovação de Vajpayee, o governo de Moscou decidiu utilizar a área ao redor do já tradicional templo da ISKCON, ameaçando novamente a prática dos devotos da consciência de Krishna.
E assim se sucedeu que, em 2004, o governo moscovita retomou a construção e a destruiu de acordo com os planos de reforma da cidade, privando milhares de devotos de seu local de adoração.
Procurando apoio, a ISKCON pediu ajuda a políticos indianos preeminentes. Até a data desse evento, Vajpayee, o antigo primeiro-ministro, já acompanhava os eventos na Rússia há alguns anos. Ele se encontrou com os devotos em muitas ocasiões, tanto na Índia quanto em Moscou, para estudarem a melhor maneira de solucionar o dilema.
Atal Bihari Vajpayee, então primeiro-ministro da Índia, prontificou-se em ajudar a ISKCON na Rússia.
Em janeiro de 2004, após anos de luta, o prefeito de Moscou finalmente assinou uma ordem proclamando que uma nova terra seria dada para um novo templo da ISKCON em uma localização prestigiosa de Moscou e livre de impostos – certamente em virtude da solicitação dos importantes políticos indianos. O terreno se localizava na principal estrada do Kremlin para o aeroporto internacional, a cerca de dez minutos de carro do coração de Moscou. Os devotos se mudaram com grande contentamento para uma edificação temporária em seu recém-adquirido terreno e começaram a se preparar para desenvolver o novo templo e complexo cultural.
Não levou muito tempo, entretanto, para que a Igreja Ortodoxa Russa, juntamente com autoridades muçulmanas e judias, manifestassem-se contra essa construção, opinando que a religião de Krishna era completamente adversa à tradição russa. Protestantes se reuniram na praça Pushkin, no centro da capital, erguendo bandeiras e cartazes com avisos do tipo: “Seguidores de Krishna Fazem Lavagem Cerebral” e “Amigos, Defendam Sua Fé. Somos contra a Propagação de Seitas. Cuidado!”
Os protestos ofenderam aproximadamente 100.000 seguidores do Senhor Krishna ao longo do país. Em resposta, a comunidade indiana da Rússia, liderada por Sanjit Kumar Jha, presidente da Associação de Indianos na Rússia, retaliou, e uma veemente discussão se deu novamente. Embora os devotos soubessem que Krishna emergiria vitorioso ao fim, parecia que, naquele momento, havia reveses para os devotos. Assim como Spassky realizou alguns movimentos estratégicos nas primeiras jogadas da partida contra Fischer, o Kremlin parecia ter assumido o controle agora. Em outubro de 2005, repentinamente, o prefeito de Moscou, Yury Luzhkov, desfez sua ordem a favor do cedimento do terreno para a ISKCON, e o templo foi então demolido.
De forma bastante conveniente, o escritório do procurador executivo da cidade encontrou discrepâncias legais na redação da ordem original e decidiu revisar o documento. O pedido de revisão foi apenas um subterfúgio para que pudessem gradualmente cancelar de forma definitiva a cessão do terreno. Em suma, os devotos não tinham onde dormir, nem um local de base para suas práticas e trabalhos de pregação.
Nessa situação, inúmeros jornalistas e repórteres dos principais jornais, programas de rádio e redes de TV foram ao encontro dos devotos, inclusive o principal noticiário russo, o “Vremyachko”. Sua Santidade Bhakti Vijnana Goswami, presidente da ISKCON Rússia, foi entrevistado, assim como foram muito membros preeminentes da comunidade indiana, que expuseram claramente sua indignação e revolta com tudo aquilo. O Vishwa Hindu Parishad interveio, concordando em organizar uma campanha de nome “Defesa dos Hindus Russos”. Os dignitários indianos e russos se manifestaram, até que suas vozes foram ouvidas em alto e bom som.
Fim de Jogo
O prefeito de Moscou finalmente alocou terra à ISKCON, apesar das objeções da Igreja Ortodoxa, que ameaçaram fazer novos protestos contra a construção de um templo Hare Krishna. Mas a sorte foi lançada, e o prefeito voltar atrás quanto à sua decisão parece bastante improvável. Os devotos fizeram uma jogada determinante.
A importância da alocação de um terreno de forma definitiva deve ser claramente entendida. O cristianismo, islamismo, budismo e judaísmo, juntamente com a Igreja Ortodoxa Russa, são as tradições religiosas russas, consideradas parte de sua herança, e a religião Hare Krishna – o vaishnavismo e também seus parentes hindus – não é parte desse grupo exclusivo, que o governo concede valor histórico. Não foi concedido terreno nem mesmo para seitas católicas e protestantes; a única seita cristã a conseguir terras foi a Igreja Ortodoxa Russa. Assim, além das outras três religiões aceitas, a ISKCON foi a única a receber uma terra.
Uma importante voz a influenciar a decisão do prefeito foi aquela da Ministra de Délhi, Sheila Dikshit, que havia ido à Rússia para participar do Delhi Culture Fest e para renovar relações diplomáticas. Ela estava transtornada com a demolição do templo e insistia que a situação deveria ser imediatamente remediada.
Anteriormente, a questão havia sido levantada em vários encontros diplomáticos, com o presidente russo, Vladimir Putin, assegurando ao primeiro-ministro indiano, Man Mohan Singh, que ele investigaria o caso. Ao que parece, ele realmente o fez.
K. Raghunath, embaixador da Índia na Rússia, fez o seguinte pronunciamento circulado nacionalmente:
Eu também gostaria de pronunciar algumas palavras no que diz respeito à Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, a ISKCON. Somos muito próximos dessa organização. A ISKCON obteve grande sucesso na disseminação da filosofia da Bhagavad-gita e na sua aplicação na vida diária. Além disso, a ISKCON trabalha seriamente para preservar e proteger a cultura ímpar da Índia. A ISKCON também é digna de glorificação por não deixar que o laço de amizade entre a Rússia e a Índia se afrouxe.
A campanha para construir o novo templo, conhecida como Temple of the Heart [Templo do Coração], está recebendo suporte de patrocinadores do mundo inteiro.
O outono de 2006 testemunhou um novo nascer para a ISKCON Rússia: Mais de seis mil pessoas, a maior parte indianos, foram ao ainda inacabado mas belíssimo templo para celebrar o Janmastami, o dia em que se comemora o advento do Senhor Krishna neste mundo. O evento contou com a presença do embaixador do Nepal, do Sri Lanka e das Ilhas Maurícias, e do diretor do Centro Cultural J. Nehru. Um ano mais tarde, também no Janmastami, a ISKCON assinou um contrato para dar início aos planos arquitetônicos do novo templo. Nesse dia, a ISKCON também assegurou todas as autorizações governamentais necessárias para começar a construção.
Embora algumas intrigas persistam, com grupos de interesses pessoais tentando frustrar o empenho dos devotos, nada pode detê-los agora. Eles têm importantes líderes políticos ao seu lado, e o público geral ficou bem ciente de toda a situação. Qualquer tentativa de vetar o projeto tomaria rapidamente a mídia. Graças aos esforços resolutos dos devotos, ao governo indiano e a outras entidades internacionais, a ISKCON Rússia agora repousa sobre solo firme.
“Foi tudo arranjo de Krishna”, diz Bhakti Vijnana Goswami, um dos líderes administrativos da ISKCON Moscou (ao lado de Niranjana Swami e Gopala Krishna Goswami). “Apesar de toda a trama política e dos tempos difíceis, terminamos com a posse do melhor terreno possível – imensamente melhor do que o anterior, e bastante similar a Vrindavana, onde Krishna viveu na Terra há cinco mil anos. Ele se localiza próximo ao centro da cidade e está no meio de dois belos rios, rodeado de montanhas e belas áreas florestais. Krishna sabia o que estava fazendo. Centenas de milhares de pessoas virão para aprender meditação mântrica e a filosofia da consciência de Krishna.”
Mesmo em 2003, quando passavam por momentos difíceis, os devotos tiveram um sucesso considerável: Quase 6.000 pessoas visitaram o templo nesse ano, e um adicional de 14.500 estudantes prestaram serviços no templo como parte de uma experiência extraclasse obrigatória. Devotos cantaram regularmente pelas ruas de Moscou, distribuíram prasada (alimento vegetariano santificado) profusamente e colocaram mais de 160.000 livros em mãos russas.
Naturalmente, com o novo templo, as coisas apenas cresceram. A congregação indiana conta com aproximadamente 15.000 pessoas, muitas delas estudantes de faculdades e de outras instituições de ensino. Muitos nativos moscovitas se tornam devotos em tempo integral ou frequentam os serviços e festivais do templo da ISKCON ao longo do ano. Os livros de Prabhupada aparecem agora em dez das línguas oficiais da Rússia, e mais de onze milhões de cópias de seu Bhagavad-gita Como Ele É, em russo, foram distribuídas.
O Centro Cultural Védico
Com tudo narrado até aqui, o novo templo é claramente o grande troféu da batalha da ISKCON Rússia pela liberdade religiosa. Como atualmente planejado, além do templo, o Centro Cultural Védico conta com os seguintes projetos:
1. Central de Exposição Multimídia
2. Centro Cultural e Educacional
3. Biblioteca de Clássicos Védicos
4. Centro de Serviços Sociais
5. Centro de Saúde Preventiva
6. Salão de Conferências
7. Restaurante de Culinária Védica
8. Jardim de Inverno
Devotos preeminentes da ISKCON de todo o mundo visitaram o ainda engatinhante projeto do templo de Moscou, ouviram a visão de futuro de seus líderes, e foram embora muito bem impressionados, não podendo deixar de reconhecer seu potencial e a repercussão que teria mundialmente.
Bhakti Tirtha Swami (1950-2005) disse pouco antes de deixar este planeta: “Podemos notar que os devotos russos são os devotos mais entusiastas do mundo. Muitos devotos estão sendo feitos, muita oportunidade de pregação, muitas pessoas se empenhando. Precisamos, portanto, de algo verdadeiramente grande, verdadeiramente maravilhoso, para acomodar todas essas pessoas […]. A história mostrará como os devotos da CEI, principalmente da Rússia, foram investidos de poder para estabelecer esse templo grande e glorioso, que ficará mundialmente conhecido.”
“Estamos muito empolgados”, ele continuou. “Queremos encorajar tantas pessoas quanto possível para apoiarem esse empenho – pois não se trata de algo apenas para a CEI, ou para a Rússia, mas […] para o mundo inteiro, algo que Srila Prabhupada desejou muito. Prabhupada se preocupava em pregar no mundo inteiro e, em seus últimos dias aqui, ele focou muito na pregação da ISKCON em países comunistas.”
Radhanatha Swami também se manifestou sobre o poder de extensão do projeto na Rússia: “Eu sinceramente acredito que a construção desse templo em Moscou é um dos projetos mais importantes da história do movimento Hare Krishna.”
“Srila Prabhupada esteve pessoalmente em Moscou no começo dos anos 70”, rememora Radhanatha Swami, “e, embora o país estivesse sob a Cortina de Ferro, onde o ateísmo e o comunismo eram preeminentes, Srila Prabhupada viu os russos com excelente potencial para aceitarem a doutrina do amor puro e incondicional pelo Senhor Sri Krishna. Assim ele escreveu que, se os devotos se esforçassem juntos e com sinceridade, […] esse templo se tornaria uma realidade. Ele enfatizou diversas vezes que isso seria um grande triunfo.”
Bhakticharu Swami também falou com grande entusiasmo sobre a importância do trabalho dos devotos na antiga União Soviética: “Quem poderia imaginar que a consciência de Krishna se espalharia pela Rússia? Mas Chaitanya Mahaprabhu predisse que o Movimento para a Consciência de Krishna se espalharia por todas as vilas e cidades do mundo, e, sendo Ele a Suprema Personalidade de Deus, Sua predição é infalível.”
Bhakti Vijnana Goswami conclui: “O estabelecimento deste templo na Rússia é algo grandioso – histórica, simbólica, emocional e espiritualmente. O templo também será grande em tamanho, acomodando milhares de devotos, visitantes e pessoas buscando por Krishna. Já estamos vendo isso em um nível prático, e seu impacto só fica atrás dos templos da Índia. Com o passar do tempo, sua influência será sentida por todo o mundo, não apenas na Europa Oriental, Rússia e antiga União Soviética. Ele será de grande valor para a ISKCON e, para além da ISKCON, será de grande valor para o mundo.”
Boris Spassky perdeu a partida pelo título de campeão mundial de xadrez para Bobby Fischer. O enxadrista russo deteve o título por mais de cinquenta anos, e essa foi a primeira vez que um jogador soviético entraria em uma partida para perder. No jogo de xadrez, a estratégia superior sempre vence no final, mas, na vida, o melhor é sempre situar-se no lado dos íntegros e virtuosos. Como a Bhagavad-gita nos diz em seu verso conclusivo: “Onde quer que esteja Krishna, o Senhor de todos os místicos, e onde quer que esteja Arjuna, o arqueiro supremo, com certeza também haverá opulência, vitória, poder extraordinário e moralidade.” Praticamente todo moscovita hoje se beneficia com os livros de Srila Prabhupada e com os santos nomes de Krishna, o que é a jogada da vitória. E embora a Praça Vermelha continue, por ora, como a localidade mais famosa da cidade de Moscou, a chegada do novo Templo do Senhor Krishna logo colocará tudo mais em xeque.
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