“Encontrei o Futuro do Vaishnavismo”: A História de Rasikananda Prabhu
Satyaraja Dasa
Ele construindo uma organização sem paralelo para a expansão da consciência de Krishna e fez discípulos entre grandes reis e entre ladrões impiedosos, entre brahmanas e homens de nascimento inferior. Ele ignorou completamente o sistema de castas e qualificações (ou desqualificações) externas e deu a todos a oportunidade de provarem o vaishnavismo. Trabalhando em equipe com sua esposa, levou centenas de milhares de pessoas para os ensinamentos do Senhor Krishna. Conheça a história de Rasikananda Prabhu, um dos mais destacados líderes do vaishnavismo gaudiya de toda a história.
Rasika Murari Patniak, também conhecido como Rasikananda Prabhu, nasceu em 1590, cinquenta e seis anos depois que Sri Chaitanya Mahaprabhu finalizou Seus passatempos na Terra. Rasikananda nasceu em uma poderosa família zamidar (latifundiários) em Royni, próximo ao rio Suvarnarekha, onde é hoje o distrito de Medinipur, no sudoeste da Bengala. Aquele foi um glorioso tempo na história do vaishnavismo gaudiya, a sucessão discipular dos devotos do Senhor Krishna na linha de Sri Chaitanya Mahaprabhu: os Seis Gosvamis de Vrindavana haviam feito grande quantidade de obras sânscritas, na forma de poesia, história e filosofia – diferentes de tudo o que mundo já vira.
Nesse mesmo momento, Jiva Gosvami também havia estabelecido uma grande comunidade vaishnava em Vrindavana, e enviara três de seus melhores discípulos – Narottama Dasa Thakura, Srinivasa Acharya e Shyamananda Prabhu – para o norte da Índia para disseminarem os ensinamentos dos Gosvamis. Enquanto em tal nobre missão, Shyamananda encontra-se com um jovem de dezoito anos, chamado Rasika Murari, e o inicia na consciência de Krishna dando-lhe o nome de Rasikananda. Os ensinamentos dos Gosvamis tocaram o coração daquele piedoso latifundiário, que entregou sua vida a Krishna no momento em que se encontrou com seu ilustre guru.
O encontro de Shyamananda com o jovem Rasikananda é recontado no Rasika Mangala, de Gopijanavallabha, um texto no padrão do século XVII sobre a vida de Rasikananda. Basicamente, Shyamananda e Rasikananda se viram e identificaram uma conexão que transcendia o próprio tempo.
Rasikananda correu em direção ao seu futuro guru e caiu a seus pés dizendo: “Você é meu salvador eterno, e Krishna finalmente o enviou para me resgatar”.
Shyamananda Prabhu sorriu com grande satisfação. “Encontrei o futuro do vaishnavismo!”.
Rasikananda, assim como seu guru, era um homem casado, e, por isso, sua esposa, Iccha Devi, também aceitou iniciação de Shyamananda Prabhu, recebendo o nome de Shyama Dasi. Shyamananda disse para eles sempre cantarem o maha-mantra: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Logo após a iniciação de Shyama Dasi, o casal deixou Royni e foi para uma cidade perto de Kashipur, uma cidade popular com um grande influxo de pessoas abastadas. Algum tempo depois, Shyamananda visitou seus dois discípulos em Kashipur e levou uma bela Deidade de Krishna para eles: Gopijanavallabha.
Vendo o quanto seus discípulos gostaram de sua Deidade recém-instalada, Shyamananda renomeou a cidade para Gopiballabhpur (“a cidade de Gopivallabha”), e abençoou todas as pessoas da cidade a desenvolverem pela Deidade o mesmo amor que Rasikananda e sua esposa tinham. Ele pediu que Rasikananda pregasse incansavelmente a consciência de Krishna e fez de Shyama Dasi a sacerdotisa principal do templo.
Shyamananda então partiu, mas deixara uma semente. Rasikananda cresceu fertilmente, construindo uma organização sem paralelo para a expansão da consciência de Krishna. Ele e sua esposa trabalharam como uma equipe, e é dito que, juntos, levaram centenas de milhares de pessoas piedosas para os ensinamentos do Senhor Krishna.
Vaishnavas Shyamanandis
De acordo com o historiador Ramakanta Cakravarti, “Rasikmurari foi, talvez, o líder vaishnava mais bem-sucedido em termos de conversão de pessoas ao vaishnavismo de seu tempo”. Seu entusiasmo foi tão acentuado que, depois que abandonou este mundo mortal, a região de Medinipur desenvolveu uma distinta escola vaishnava no humor de Shyamananda, seu guru. Esses “vaishnavas shyamanandis”, como eram chamados, desenvolveram sua própria forma de se vestir, cozinhar, passar tilaka e construir templos. Rasikananda popularizou o vaishnavismo a ponto de criar uma subcultura baseada nos princípios vaishnavas.
Com Gopiballabhpur como a central do vaishnavismo shyamanandi, Rasikananda passou quarenta anos tentando mostrar às pessoas o bom senso da consciência de Krishna. Ele fez discípulos entre grandes reis e entre ladrões impiedosos, entre brahmanas e homens de nascimento inferior. Ele ignorou completamente o sistema de castas e qualificações (ou desqualificações) externas e deu a todos a oportunidade de provarem o vaishnavismo.
As histórias clássicas do período, como o Shyamananda Prakasha e o Rasika Mangala, contam-nos como ele e sua esposa, com a ajuda de discípulos influentes, colocaram fim no sacrifício de animais em áreas não-vaishnavas e como convenceram as pessoas ao longo da Orissa e das cidades vizinhas acerca da validade de mensagem de Mahaprabhu. Com seu conhecimento, pureza e carisma, ele ocupou muçulmanos, budistas e várias seitas hindus no serviço a Krishna.
Mais tarde em sua vida, Rasikananda escreveu um épico sânscrito sobre a vida da pessoa que lhe ensinara tudo o que sabia. Esse épico recebeu o nome de Shyamananda Satakam, e permanece, ainda hoje, como o tratado mais autorizado sobre a vida de Shyamananda. Radhananda, o filho mais velho de Rasikananda, quem herdou o templo Gopivallabha (de sua mãe), escreveu um famoso livro chamado Radha-Govinda Kavya, um belo poema devocional seguindo o padrão do Gita-govinda de Jayadeva. Seu filho mais velho foi Nayananda, que, embora fosse um instrutor autêntico como seu avô, não deixou nenhum trabalho literário para a posteridade.
Até o fim de sua vida, Rasikananda se instalou em Remuna, Orissa, onde ficou fascinado com a Deidade de Gopinatha (Krishna). É dito que ele passava dia e noite simplesmente contemplando a beleza da Deidade. Ele se sentava em frente à Deidade e ficava recitando o maha-mantra gaguejando e derramando lágrimas de amor. Ele apontava para a Deidade como se dissesse: “Você não vê?”. Mas ninguém podia ver o que ele via. Após passar sua vida pregando os ensinamentos do Senhor Chaitanya e estabelecendo uma base sólida para o futuro do vaishnavismo, ele estava contente em passar seus últimos momentos na companhia do Senhor de sua vida.
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Credito da foto: flickr.com/photos/rtcosmin.
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Incrivel. A historia de Rasikananda vem do livro Rasika mangala e traduzido/pesquisado por SS Bhakti Vikasha Swami, livro incrível que não se pode parar de ler, e de la aprendemos muito sobre como pregar o vaishnavismo, como servir os devotos e como ter fe inabalável no santo nome do Senhor. A foto de divulgação não esta boa, tem pinturas de Syamananda e Rasikananda em alguns templos da India e a foto não tem nada a ver com ele, por favor de uma pesquisada no google. Parabéns, your servant, Nitya Kishor dd
28 de agosto de 2014 às 10:13 AM
Todas as glórias a Srila Prabhupada que levantou a tampa deste depósito de conhecimento e amor transcendental contido na consciencia de Krishna e transmitido por uma linha de mestres completamente comprometidos a dar ao mundo provas da efetividade e absoluto resultado deste processo divino dado gratuitamente por Sri Sri Guru e Gauranga……………..Nehabhikrama naso `sthi……Pratyavayo navidyate ……Sualpam apy asya dharmasya…….Trayate mahato bhayat………..BG:02/40
11 de agosto de 2021 às 8:33 PM