Santos e Críticos: Com que Olhos Você Vê o Mundo?
Visvanatha Chakravarti Thakura
De acordo com a inclinação a ver boas qualidades ou ver defeitos nos outros, existem quatro tipos de pessoas santas e quatro tipos de pessoas impiedosas.
Os quatro tipos de pessoas santas são os seguintes.
Mahats (grandiosos) são aqueles que têm a habilidade de ver algo bom em todos. Eles também percebem defeitos, mas consideram que esses defeitos, por fim, podem ser transformados em boas qualidades por meio de certos métodos. Assim, caso sintam que uma pessoa pode se beneficiar pela discussão dos defeitos que ela tem, os grandiosos, sob circunstâncias apropriadas, talvez falem palavras severas. Suco de nim tem gosto amargo, mas pode curar doenças quando ministrado apropriadamente. Deve-se notar que um mahat jamais rejeita ou condena uma pessoa com defeitos, senão que apenas pensa em como essa pessoa pode ser beneficiada.
Os mahattaras (mais grandiosos) também veem más qualidades nos outros, mas focam nas boas qualidades e as enaltecem. Vendo um comerciante materialista, os mahattaras pensarão: “Embora ele seja um gratificador dos sentidos, recebe bem aqueles que visitam sua casa e é digno de ser liberto”.
Os mahattamas (os mais grandiosos) percebem quaisquer boas qualidades que outros tenham e as magnificam. Além disso, não são capazes de ver nem mesmo seus defeitos mais notórios. A atitude deles é a seguinte: “Essa pessoa roubou minhas vestes porque está com frio, e, embora tenha uma arma, ela não me ataca porque é misericordiosa. Ela é alguém de virtudes”.
Os ati-mahattamas (absolutamente os mais grandiosos) veem boas qualidades nos outros mesmo quando elas não existem. A postura deles é: “Neste mundo, não existem pessoas más. Todos são bons”.
Os quatro tipos de pessoas ímpias são os seguintes:
Os asadhus (perversos) veem boas qualidades em outros porém presumem que, por fim, essas boas qualidades serão encobertas ou arruinadas por algum defeito. Por exemplo, ao verem alguém trabalhando para o benefício de outra pessoa, os asadhus concluirão que, por fim, ele tentará explorar a pessoa sendo ajudada. Em termos simples, asadhus não são cavalheiros.
Os asadhutara (mais perversos) têm uma postura ainda mais imprópria. Eles veem basicamente apenas defeitos nos outros, ignorando suas boas qualidades. “Esse sannyasi come arroz com manteiga clarificada para encher sua barriga. Ele é luxurioso e deve ser considerado caído”.
Os asadhutama (os mais perversos) observam pequenos defeitos e os amplificam, não vendo absolutamente nenhuma qualidade. Um exemplo: um asadhutama criticará e condenará um renunciante como “patife farsante” pelo defeito de abandonar a floresta e ir viver na casa de um homem casado. O asadhutama concluirá: “A óbvia motivação dele é apenas roubar o dinheiro daquele chefe de família”.
Os aty-asadhutama (absolutamente os mais perversos) veem defeitos em todos, mesmo quando não há nenhum defeito. “Neste mundo, ou nesta sociedade, ninguém é bom. Todos são maus”. Semelhantes homens perversos são os piores de todos os homens.
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